A Emis nasceu no Rio de Janeiro, e seu fundador e proprietário era Eduardo MIranda Santos (daí o nome da empresa). Muitos anos depois, a fábrica foi transferida para Porto Alegre, onde hoje é a única fábrica gaúcha de buggies. Inicialmente produzia buggies no Rio de Janeiro, mas produziu também um minicarro urbano de mecânica Volkswagen: o Emis Art. Apesar de não ser um buggy, o fato do Art ter sido fabricado por uma empresa especializada em buggies faz com que este veículo deva estar na lista de carros que mudaram o conceito e estilo sobre carros de tamanho reduzido para os anos seguintes. De desenho simples, mas original, o Art antecipou o ciclo de carros de pequeno porte, utilizados preferencialmente nos grandes centros urbanos. Alguns o chamam de "smart brasileiro da década de 80". Em 1986 ganhou algum destaque no cenário nacional por aparecer na novela Cambalacho da Rede Globo.
Ele foi projetado pelo ortodontista Alfredo Soares Veiga, inspirado pelo Dacon 828, conforme relata o próprio Dr. Alfredo:
"Era início dos anos 80 quando vi o Nelson Piquet estacionando o primeiro Mini Dacon no paddock do autódromo do Rio de Janeiro . Nao resisti e cheguei bem perto, abri a porta e me sentei ao volante. Fiquei deslumbrado e pensei comigo mesmo: vou fazer um automóvel! Após um período de gestação de aproximadamente 9 meses, nasceu o ART. Fiz no início uma produção independente e depois me associei a Emis, tradicional produtora de buggies e outros veículos especiais, aqui no Rio. Em meados de 1987 encerramos a produção e é maravilhoso e muito gratificante ver os ART ainda desfilando por aí nesse Brasil. Tenho o primeiro automóvel montado, chassis 00001, funcionando e sendo usado quase que diariamente. Grande abraço, Alfredo."
Devido à sua concepção, tem comprimento reduzido (3,10 m), com lugar para apenas dois passageiros sem porta-malas, sendo possível carregar alguma bagagem no pequeno espaço atrás dos bancos (algumas unidades são equipadas com pequenos assentos na traseira). Possui chassi próprio, do tipo tubular, construído em forma de duplo Y com perfis de aço, enquanto a carroceria é de fibra de vidro. Possui parabrisa, portas e vidros laterais de Chevette, vidro traseiro de Marajó, painel de Gol BX, ventilador de Voyage, volante de Passat, lanternas traseiras de Panorama, freios de Fusca 1600, além de lanternas dianteiras e faróis de Brasília.
O fato de possuir chassi próprio faz com que, diferentemente de alguns fora-de-série da época a direção do Art não puxasse para nenhum lado em linha reta, além de propiciar um comportamento neutro ao carro, como afirmou a revista Quatro Rodas ao testá-lo em julho de 1986: “Ele é absolutamente neutro e agarra firme no chão. Só nas curvas de alta é que sai um pouco de traseira. Mesmo assim seu limite é alto.”
O motor, como em muitos fora-de-série nacionais é o VW1600, nesse carro com dupla carburação acoplado a uma transmissão Volkswagen com coroa e pinhão iguais às do SP2, apresentando relações de marchas alongadas que melhor se adaptam ao baixo peso do veículo, reduzindo um pouco o elevado nível de ruído, que se deve principalmente à dupla carburação e ao escapamento utilizado, igual ao dos buggies Emis. O baixo peso do carro permitia a ele um desempenho muito bom, sendo apenas meio segundo mais lento que um XR3 na aceleração de 0 a 100 km/h, sem no entanto consumir muito combustível. Ao todo foram produzidos 153 veículos, 130 pela Emis e 23 sob a marca Emisul (nome adotado pela Emis após a mudança para o Rio Grande do Sul), até 1987, quando sua produção foi encerrada.